Na crise, é melhor consertar do que comprar um produto novo

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A crise econômica tem feito consumidores mudarem alguns hábitos para economizar dinheiro. Se antes a primeira opção das pessoas era comprar um eletrodoméstico novo quando o antigo quebrava, agora, eles já pensam em recuperar o aparelho.

Um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) indica que o conserto destes produtos vem crescendo. Em 2014, os brasileiros gastaram mais de R$ 6,5 bilhões em reparos de 40 tipos de produtos domésticos.

De acordo com o levantamento, que se baseou na Pesquisa de Orçamento Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todas as camadas sociais recorreram ao serviço. No ano passado, a classe E gastou uma média de R$ 36,00 por conserto, enquanto a classe A desembolsou R$ 393,00.

O técnico Leandro Alves Rocha percebeu o aumento do movimento em sua assistência técnica, em Santos. “De dois meses para cá, tivemos um aumento de cerca de 10% no número de pessoas que procuram nosso serviço”, conta ele. “Por mais que se tenham facilidades para comprar um aparelho novo, as pessoas estão com medo de gastar pela situação atual”, avalia.

José Carlos Fedato, que trabalha com conserto de eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos, também percebeu o aumento da clientela há pouco mais de um mês. “Hoje, entre seis e oito pessoas me procuram por dia para pedir orçamento. Máquinas de lavar e geladeiras são os produtos que mais gente quer consertar, pois os novos são mais caros”, explica. Fedato procura sempre orientar as pessoas para o que vale a pena arrumar. “Se custar até 30% do valor final de um produto novo, eu aconselho o cliente a fazer serviço”.

Pesquisa

“Se um aparelho não está funcionando, faço uma pesquisa de preço para ver se vale a pena comprar ou consertar”, diz o encarregado de logística Helio Fernandes. O último equipamento que ele consertou foi uma televisão de 29 polegadas. “Gastei R$ 60,00 e a TV ficou excelente. Se fosse comprar uma nova, gastaria uns R$ 1 mil”.

Para o economista Fabio Pina, da FecomercioSP, a crise favorece o aumento da demanda na assistência técnica. “Hoje, com a falta de emprego e a instabilidade econômica, as pessoas não se aventuram a comprar coisas que elas podem consertar”.

 

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